Segundo Niksch (2015), as novas tecnologias digitais possibilitaram aos pacientes e provedores uma nova era de relacionamento. Os softwares, hoje denominados simplesmente aplicativos, fornecem acesso ao diagnóstico, monitoramento à distância, marcação de consultas, indicação de profissionais, esclarecimentos sobre as condições de saúde e de doença, bem como ferramentas para o manejo de situações diversas, até mesmo críticas, enquanto não se alcança os profissionais especializados.
Com as novas formas de comunicação os desafios geográficos, logísticos, as limitações econômicas para prover um monitoramento presencial contínuo, obviamente mais oneroso, tornaram-se superáveis. As possibilidades trazidas pelos smartphones, incluindo a transmissão de informações e dados dos pacientes para provedores de serviços de monitoramento à distância, abriram uma oportunidade ímpar para prover assistência de qualidade a um custo acessível a um maior número de pessoas, segundo o National Institute of Health dos Estados Unidos (2011).
Para se ter uma idéia da importância do aumento da acessibilidade aos recursos em saúde, Van Cleave, Gortmaker& Perrin (2010) demonstraram, através de estudo epidemiológico, que a cada quatro crianças, uma sofre de uma condição crônica que demanda assistência continuada. Dentre as condições estudadas, as mais prevalentes foram: asma, câncer, diabetes, anemia falciforme, obesidade e desordens do aprendizado ou comportamentais.
A possibilidade de acesso à internet se expandiu também em nosso país. Segundo o IBOPE (2015), 72,4 milhões de brasileiros estão conectados à internet pelo smartphone. Porém, quando se considera o acesso à internet, seja pelo celular ou computador, seja em casa ou no trabalho, a cifra chega a 103,4 milhões de internautas. Isto cria uma capilaridade importante que realça o valor desta mídia com enorme potencial para contatar e interagir.
Contudo, a mídia impressa vem acompanhando com perplexidade a evolução da mídia eletrônica. Observa-se que o jornal impresso tem uma forte presença como fonte de comunicação e influência nas últimas três décadas, como relata Murdoch (2010). Nos últimos anos, esta mídia tem sofrido forte declínio devido à concorrência daquelas que estão em ambiente digital. Mas, os jornais têm se reinventado ao longo dos anos.
Para Ramalho, Farina, Ghetti& Lobo (2017), o jornal não tem a volatilidade das mídias eletrônicas. Seu apocalipse tem sido anunciado desde a era do rádio, no início do século passado, depois com a televisão, a partir da década de 50, e agora com a internet, a partir da década de noventa. Mas que vem resistindo. A palavra impressa contém credibilidade e fornece comodidade para o leitor. Assim, a mídia impressa é ainda alvo de investimento das mídias eletrônicas para a divulgação de suas inovações num paradoxo que se observa em cada edição publicada.
O antagonismo consiste em fazer propaganda de outra mídia que lhe ameaça de forma progressiva. Um verdadeiro canibalismo, nas palavras de Murdoch (2010), na medida em que ajuda as mídias digitais a se propagarem e, quem sabe um dia, estas noticiarem o seu próprio fim.
Autores:
Fábio Ribeiro Baião: coordenador da Ortopédica do Hospital da Baleia.
Patrícia Augusta de Alvarenga: professora do Centro Universitário UNA.