Considerado o alimento mais completo para os bebês, o leite materno sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, diminui os riscos de infecções e alergias, além de aumentar o vínculo entre a mãe e o bebê.
No entanto, ainda é muito comum entre as mães o mito de que bebês fissurados não podem ser amamentados. E isso gera uma grande preocupação entre as grávidas ao receberem o diagnóstico de RNs com fenda palatina ou lábio leporino.
No Hospital da Baleia, as mães com bebês com fenda palatina ou lábio leporino são acolhidas no Centro de Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare). No local, elas recebem todas as informações em relação ao tratamento das crianças e também são orientadas sobre a importância da amamentação, a melhor postura e aos métodos mais adequados para alimentá-los.
Durante a primeira consulta da filha Anny Vitória Miranda Pereira, 5 meses, Edeneide Vieira Miranda, mãe da garotinha, recebeu todas as orientações sobre o aleitamento materno com profissionais da Nutrição e da Fonoaudiologia. A criança, que nasceu com fenda palatina e síndrome de down, também foi avaliada pelas equipes da Cirurgia Plástica, Enfermagem, Psicologia, Otorrinolaringologia e Odontopediatria. “Só descobrimos a fenda palatina da Anny uma semana depois que ela nasceu. Ela mamava e todo o leite escorria no canto da boca. Com isso foi perdendo muito peso e ficando irritada”, explicou a mãe.
Edeneide conta, que apesar da fenda palatina, não desistiu de amamentar a filha. Ficou por mais de 20 dias sendo treinada pela equipe e, hoje, usa a fórmula (leite industrializado) apenas como complemento. “Tenho um filho de 21 anos que nunca consegui amamentar, pois na época não tive orientação. Eu sonhava amamentar a minha filha, pois sei que o leite materno é o melhor alimento. Apesar das dificuldades, devido à fenda palatina, eu não desisti. Recebi todo o suporte da equipe e, hoje, ela consegue amamentar tanto no peito, quanto na mamadeira. Ela é muito esperta, muito gulosa e não faz a confusão dos bicos”.
De acordo com a fonoaudióloga do Hospital da Baleia, Beatriz Costa, os benefícios do aleitamento materno são inúmeros, em especial para essas crianças que terão que passar por cirurgias logo nos primeiros meses de vida. “O cuidado de toda a equipe multidisciplinar é para que a criança tenha um acompanhamento adequado, o que irá contribuir para o pré-operatório das cirurgias de fissuras labiopalatais. É preciso que essas crianças estejam em condições saudáveis para a realização da cirurgia e continuidade do tratamento. A amamentação, sem dúvidas, é primordial para isso, além de promover a satisfação da mãe e o exercício da musculatura do bebê”.
No Centrare, além de todas as orientações, as mães também recebem um Manual de Amamentação para crianças com fissura labiopalatina. “Temos casos de crianças que mamam exclusivamente no seio. Mas, ainda assim, quando isso não é possível, o importante é que as mães busquem alternativas como, por exemplo, a ordenha e o oferecimento do leite materno na mamadeira, na colherzinha ou ainda via translactação”.
Hospital da Baleia
O Hospital da Baleia é referência em Minas Gerais no atendimento oncológico adulto e pediátrico. Atende a 88% dos municípios do estado, sendo 95% via Sistema Único de Saúde, o SUS. Além da Oncologia adulta e pediátrica, há outros Centros de Referência, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria, com destaque para o Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare), além de mais de outras 30 especialidades médicas.