Benjamin Ferreira Guimarães nasceu em 17 de dezembro de 1861, na cidade de Santo Antônio de São João Acima, hoje com o nome de Igaratinga. Filho mais velho de Manoel Ferreira Guimarães e Maria Constância Moreira, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 13 anos com o intuito de trabalhar na firma Xavier e Gontijo, cujos proprietários eram os também mineiros Bernardo Xavier Rebelo e Domingos Gontijo.
Naquela época, as responsabilidades de Benjamin se resumiam em varrer o chão, arrumar as mercadorias e atender aos clientes. Mesmo assim, no tempo em que exerceu essa função, mostrou ser um funcionário de confiança e bastante competente. Seus patrões ao perceberem tais qualidades fizeram questão de estimulá-lo. Com o passar do tempo, Benjamin tornou-se vendedor.
Após dois anos de trabalho, decidiu voltar para Minas Gerais, mais precisamente para a cidade de Bom Sucesso. Lá, começou a trabalhar como vendedor, no comércio de Joaquim Machado da Silva Neto. A destreza de Benjamin despertou a atenção de seu chefe, que reconhecendo o valor de seu empregado, ofereceu-lhe sociedade. Assim, em 1880, a empresa passou a chamar-se Machado e Guimarães.
Na mesma época, Benjamin conheceu Maria Ambrosina e não demorou muito para que os dois se casassem. A união foi oficializada em 15 de dezembro de 1883. Ao longo do matrimônio, tiveram doze filhos, dos quais três faleceram ainda crianças e nove deram continuidade ao trabalho, à história e à vida deste grande homem. Segundo os familiares de Benjamin e Maria Ambrosina, eles tiveram 65 anos de uma união sólida, feliz e harmoniosa.
Com a sociedade prosperando, Benjamin pôde economizar o bastante para abrir seu próprio negócio. Criou então, a Casa Popular de Bom Sucesso, em 1889, um comércio onde vendia de tudo e alcançou rapidamente o sucesso da comunidade.
Benjamin queria apostar em novos caminhos e por isso investiu no setor têxtil. A oportunidade veio quando seu amigo Juca Fonseca o convidou para incorporarem juntos a Companhia Industrial de Valença. A inauguração aconteceu em 1906, na cidade de Valença, situada no estado do Rio de Janeiro. A Companhia era uma grande indústria para a época, equipada com os maquinários mais sofisticados e importados da Inglaterra.
Ali, começava a se consolidar a trajetória de sucesso de Benjamin Ferreira Guimarães. Depois do grande impacto desse empreendimento, outros iriam surgir e entrar para história desse importante industrial. Um dos feitos que demonstra sua visão empreendedora foi inaugurar a navegação fluvial no Brasil na segunda metade da década de 1920. Com a aquisição do vapor Benjamin Guimarães, que navegava o Rio Mississipi, EUA, foi possível levar os tecidos que produzia em suas fábricas, subindo o Rio São Francisco, saindo de Pirapora (MG), até Juazeiro (BA), e de lá trazer o algodão, matéria prima para suas indústrias.
Desde o começo, ajudar o próximo sempre esteve bastante presente na vida de Benjamin. Ele sempre deixou claro que acumular dinheiro não era o seu fim. Por isso, após distribuir metade de sua fortuna entre seus filhos, decidiu cuidar de outros “filhos” espalhados pelo mundo, zelando pelas crianças pobres, cuidando da saúde e da educação delas. Benjamin desenvolveu um sistema justo e seguro para melhor garantir a perenidade das obras sociais que apoiava. Diante das inúmeras solicitações que recebia, ele pedia ao interessado que abrisse uma subscrição pública e garantia cobrir com o dobro o valor arrecadado pela comunidade. Assim, certificava-se de que a obra seria estável, continuando a ser zelada com o apoio e envolvimento da comunidade local.
Portanto, antes mesmo da Fundação Benjamin Guimarães, seu fundador já fazia suas doações a instituições de saúde e de ensino para crianças carentes. Ainda em 1925, ele construiu uma escola em Bom Sucesso e, posteriormente, contribuiu financeiramente com a construção de inúmeras santas casas, orfanatos, escolas e asilos em Minas e em outros Estados.
A história da Fundação Benjamin Guimarães/Hospital da Baleia data em 4 de julho de 1944. A antiga Fazenda do Baleia, na mata que leva o mesmo nome, foi cedida pelo então governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, a Benjamin. Juntamente com seu filho, Antônio Mourão Guimarães e do médico e amigo, Baeta Vianna, Benjamin viabilizou, através da doação de 20 milhões de cruzeiros, a criação do hospital que foi construído como parte da Cruzada Mineira contra a Tuberculose.
A primeira construção, hoje a Unidade Antônio Mourão, recebia até 250 crianças filhas de pais tuberculosos, que ali recebiam todo o amparo possível. As crianças doentes eram encaminhadas para a Unidade Hospitalar Maria Ambrosina, onde recebiam os primeiros socorros.
Com o passar do tempo, o Hospital da Baleia especializou-se no atendimento cirúrgico e ortopédico. Na década de 50, passou a ser referência em Ortopedia no país. Gradativamente, nas décadas seguintes, o hospital ampliou a sua atuação oferecendo várias especialidades médicas.
A instituição foi uma das primeiras de Belo Horizonte a estabelecer parceria com o poder público, em 1987, passando a atender por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), implantado no país no ano seguinte.
Segundo a diretora-presidente da FBG desde 2001, Tereza da Gama Guimarães Paes, (ver supressão) as características que permitiram ao Baleia essa longevidade são a boa reputação, a credibilidade e a capacidade da instituição em atrair bons parceiros para cumprir a missão de proporcionar assistência hospitalar de qualidade e humanizada, incentivar o ensino, a pesquisa e cumprir sua função social e filantrópica.
Atualmente, o Complexo Hospitalar é composto pelas unidades Maria Ambrosina, Baeta Viana, Antônio Mourão, Núcleo Médico, antiga Unidade Antônio Chagas Diniz e o Centro Radioterapia, que completa o tratamento de pacientes oncológicos com equipamentos de
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