Hospital da Baleia lança banco de órteses para pacientes em tratamento de pé-torto congênito 

Órteses servirão para pacientes do Baleia, sem nenhum custo. Espaço foi criado e será mantido com apoio do Rotary Club BH 

Os primeiros passos de uma nova vida. Esse é o sentimento de crianças e dos pais quando chegam ao Hospital da Baleia para iniciar o tratamento para pé torto congênito. A instituição é uma das referências para este tipo de tratamento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e, a partir do mês de abril, passa a contar com um banco de órteses para seus pacientes. 

O tratamento do pé torto congênito realizado no Baleia é feito pelo método ponseti, que consta do posicionamento dos pés e imobilização por gesso, com trocas semanais, durante cerca de seis semanas. Após esse processo, pode ser necessária pequena cirurgia para alongamento do tendão de aquiles. A parte final do tratamento, para evitar recidiva da má formação, é o uso de órteses até os quatro ou cinco anos de idade.  

Para muitas famílias, o valor para aquisição das órteses é uma das principais causas de abandono do tratamento. Aí entra a importância da novidade. Para ajudar na continuidade do tratamento pelas famílias e, consequentemente, evitar a recidiva da deformidade, o Baleia abriu seu banco de órteses, com peças para uso dos pacientes sem nenhum custo. 

O banco foi viabilizado pelo Projeto Nacional “Ortetizando o Pé Torto Congênito no Brasil” que tem como objetivo distribuir órteses para centros especializados no tratamento da doença. O Rotary Club Belo Horizonte é um parceiro nesse projeto contribuindo com mobília, computador e adesivagem do espaço. A entidade também arcará com a reforma das peças quando for necessário.  

Ao todo foram doadas 100 órteses, mas já há previsão de mais 40 em breve. Com esse quantitativo, a expectativa é que todos os pacientes tratados no Hospital tenham acesso aos calçados para tratamento. 

A Coordenadora do Serviço de Pé Torto Congênito do Baleia, ortopedista Dra. Mônica França, cita que a iniciativa é exitosa em outros locais e foi adotada como uma boa prática no contexto do pé torto congênito. 

“É uma grande conquista para o Hospital, por meio da qual queremos reduzir o abandono do tratamento por famílias que não têm condições financeiras de adquirir as órteses. Todo o tratamento já é feito sem custos, pelo SUS, e agora o uso das órteses também será contemplada. Cada família leva o tamanho adequado e, quando for necessário, devolve para trocar pelo tamanho maior, até o fim do tratamento. A ideia é de que seja um banco autosustentavel”, explica Dra. Mônica. 

Em 2024, o Hospital da Baleia atendeu a cerca de 50 crianças com pé torto congênito, com o tratamento ambulatorial e cirurgia. Para 2025, esse número pode ser ampliado. 

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