Em meio a pandemia do novo coronavírus, estudantes encerram semestre atípico no Hospital da Baleia. Ensino e Pesquisa é um dos pilares da instituições de saúde que forma gerações de médicos e outros profissionais em MG

No Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto, o Hospital da Baleia comemora o marco de mais de 650 médicos formados pela Residência Médica do Núcleo de Ensino Pesquisa e Inovação (NEPI) da instituição. Referência em filantropia, humanização e assistência médica, contribui também com a formação de mais de 400 alunos por semestre em seus diversos campos de estágio. Atualmente 33 residentes e 145 estagiários participam da missão do hospital, que é prestar serviços de saúde com excelência, gerando e transmitindo conhecimento.

Diante de um cenário atípico, o primeiro semestre letivo de 2020 se encerra e os estudantes carregam aprendizados, experiências e novos desafios. Alunos do 10º período do curso de Medicina do Centro Universitário UniBH realizaram atividades de internado de pediatria no Núcleo de Ensino Pesquisa e Inovação (NEPI), do Hospital da Baleia. Os internatos puderam participar da rotina do CTI pediátrico e acompanharam pacientes oncológicos e de cirurgias pediátricas e da ortopedia. De acordo com a coordenadora do internato em pediatria, professora Clarisse Angelim, o período de internato tem trazido muitos ganhos para a vivência profissional e formação dos estudantes. “O retorno que eles estão nos trazendo sobre o internato tem sido muito positivo. O aprendizado diário nos acompanhamentos em um hospital de referência no Estado, principalmente por poderem atuar no CTI, é uma oportunidade que poucos estudantes em formação têm”, destaca.

A Residência é um programa de especialização do MEC e do Ministério da Saúde. De 1965 a 2020, foram formados no Hospital da Baleia 655 médicos residentes. Além de formar médicos especialistas, através das Residências Médicas em Urologia, Mastologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Geral, Ortopedia, Oncologia Clínica e Radioterapia, o Hospital da Baleia também é parceiro de diversas Instituições de Ensino Superior, sendo campo de estágio curricular obrigatório do curso de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Biomedicina, Fisioterapia, odontologia, Técnico de Radiologia e Técnico de Enfermagem, participando assim da formação de milhares de profissionais de diversas áreas da saúde todos os anos.

Thaís Alves, aluna do internato de pediatria no Hospital da Baleia: “O internato de Pediatria do Hospital da Baleia foi bem diferente do que esperávamos do décimo período, uma proposta não tão comum no dia a dia do pediatra generalista. Fomos escalados para os setores de oncologia, cirurgia e CTI, ambientes em que pude vivenciar experiências incríveis. O setor de oncologia, em especial, foi aonde mais aprendi, principalmente da importância da empatia com o outro e a ouvir mais. Me deparei com crianças em estado bem delicado e pais bem fragilizados, mas o que mais me impressionou foi o cuidado que a equipe profissional tem com os pacientes.”

Carlos Wolmer – 10° Período: “A nossa ida para o Hospital da Baleia trouxe muitas novidades e tivemos contato com outras áreas que não tivemos acesso no internato anterior, como a oncologia, cirurgia, ortopedia e o CTI. A vivência diária de estar atuando no CTI, com profissionais de referência como Sérgio Diniz Guerra, que é um especialista conhecido nacionalmente e referência em humanização do atendimento médico foi muito enriquecedora. Outra referência muito importante foi preceptora que nos acompanhou, dra. Alessandra Daniela, que junto com toda a equipe do hospital, nos acolheu o tempo inteiro e isto foi muito significativo. Confesso que pretendo fazer o meu internato optativo lá na ortopedia do Baleia. Eu só tenho boas referências sobre o serviço e a vivência lá”.

Depoimentos de professores

Clarisse Angelim, pediatra e coordenadora do Internato de Pediatria do curso de medicina do UniBH: “O retorno dos alunos com relação a experiência no Hospital da Baleia foi positivo. Se envolveram muito com os casos e puderam fazer um seguimento integral dos pacientes já que estavam presentes em todos os setores do cuidado. Encerramos o ciclo desta turma no Baleia. Tenho muito que agradecer a parceria dos alunos e preceptores. Foram maravilhosos. Elogiados por onde passaram e sempre muito compreensivos com as mudanças que estamos vivendo. Estão de parabéns pelo envolvimento e vontade de aprender. Terão um futuro brilhante!”.

Gabriela Veiga – Coordenadora de Ensino, Pesquisa e Inovação do Hospital da Baleia: “Os estudantes da UniBH são muito comprometidos. O profissionalismo e interesse demonstrado no campo deram a eles a oportunidade de conhecer bem a fundo o dia a dia da pediatria em diversas áreas de atuação nas nossas unidades de internação, CTI e bloco cirúrgico. O NEPI do Hospital da Baleia, na virada desse ano, passou por uma importante reestruturação. O objetivo é firmar parcerias com instituições que entendem a importância do desenvolvimento mútuo entre instituição de ensino, hospital e estudantes de forma a fomentar o ensino e a pesquisa, melhorando a qualidade da formação dos alunos e dos serviços prestados à comunidade através do SUS”.

Referência em saúde

À disposição dos mineiros, são mais de 26 especialidades médicas e Centros de Referência em Oncologia Adulta e Pediátrica, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria e Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além do Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare). Construído há 76 anos durante uma outra epidemia tão mortal quanto, a tuberculose, o Baleia sempre se preocupou de cuidar de quem mais precisava. Desde aquela época, a instituição filantrópica conta com a destinação de recursos e doações voluntárias para a cumprir com excelência a sua missão na prestação de serviços de saúde aos mineiros. Todos os anos, são mais de 600 mil procedimentos médicos, de 95 mil atendimentos ambulatoriais, de 370 mil exames, de 55 mil sessões de hemodiálise, de 20 mil consultas pediátricas, de 12 mil internações, de 11 mil cirurgias e mais de 33 mil sessões de quimioterapia e radioterapia destinados aos cidadãos de 88% dos municípios mineiros – maioria vinda pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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