Seis mulheres farão cirurgia para o tratamento de endometriose infiltrativa 

É a segunda parte do mutirão que vai atender a 60 mulheres ao longo do ano. Técnicas minimamente invasivas vão garantir melhor recuperação das pacientes 

No sábado (15), seis mulheres com endometriose infiltrativa passarão por cirurgia no Hospital da Baleia. Os procedimentos são parte do mutirão que vai atender a 60 mulheres ao longo do ano e começou em fevereiro.   

As cirurgias são consideradas de grande porte e complexas, envolvendo equipes de cirurgiões de duas clínicas distintas em cada uma das cirurgias. Para isso, a equipe de ginecologia, coordenada pelo Maurício Bechara, e a equipe de coloproctologia, coordenada pelo Juliano Alves Figueiredo, trabalharão juntas.  

Surgeons performing operation in operation room at the hospital

Os procedimentos serão realizados com ténicas minimamente invasivas, ou seja, com melhor recuperação das pacientes. Para isso, foi necessário o apoio de emenda parlamentar da vereadora Marcela Trópia, no valor de R$ 650 mil, com a qual foi  possível adquirir pinças para executar a cirurgia por videolaparoscopia. Além de melhor recuperação, aumenta as chances de manter a fertilidade. Normalmente, pelo Sistema Único de Saúde, essas cirurgias não contemplam este tipo de equipamento, pelo alto custo.  

Segundo o Dr. Maurício Bechara, as pacientes terão o que há de mais avançado no tratamento cirúrgico da endometriose infiltrativa. “Muitas dessas mulheres ainda estão na idade fértil e uma cirurgia deste porte poderia comprometer a possibilidade de gravidez. Por isso a importância de fazermos por esse método de laparoscopia”, comenta.  

Já o Dr. Juliano Alves Figueiredo explica a complexidade e a oportunidade ímpar de se juntarem duas equipes de especialistas para o tratamento das pacientes. “Tanto para pacientes SUS quanto para pacientes da rede particular, uma cirurgia com equipes de duas clínicas como essas é difícil de se promover. E acredito que, para esses casos, seja a melhor abordagem com objetivo de uma pronta recuperação delas”, afirma. 

Raquel Roberto dos Santos foi uma das mulheres que foi operada no primeiro dia de mutirão. Ela relata que descobriu durante o acompanhamento da gravidez, que por conta da doença foi interrompida. Ela sofria com dores, característica da endometriose. “Agora, após essa cirurgia, meu sonho e de meu marido é termos novamente a possibilidade de termos um filho. E viver com menos dores, ter uma vida mais próxima do normal”, contou. 

Endometriose 

A endometriose é uma doença ginecológica que se desenvolve no endométrio, parte superior do útero, e gera pontos de inflamação causando dores intensas principalmente nos períodos de menstruação. Além da dor, muitas vezes incapacitante, a condição costuma diminuir a fertilidade dessas mulheres. 

Em alguns casos, com a evolução da doença, a endometriose pode “infiltrar” nos tecidos do entorno, como no intestino, cólon, reto e anus, entre outros. Nesses casos, a cirurgia precisa envolver cirurgiões ginecológicos e coloproctologistas. 

Laparoscopia 

A cirurgia por videolaparoscopia, nesses casos, não é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, com a destinação de emenda parlamentar da vereadora de Belo Horizonte Marcela Trópia, com valor de R$ 650 mil, foi possível custear a aparelhagem e as órteses. O SUS custeará as outras despesas. 

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