Em 4 de julho de 1944, nasce uma das histórias mais bonitas de Belo Horizonte. Foi quando o industrial mineiro, Benjamin Ferreira Guimarães (1861/1948), seu filho, Antônio Mourão Guimarães, e o médico, Baeta Vianna, criaram a Fundação Benjamin Guimarães (FBG), mantenedora do Hospital da Baleia. A FBG é uma Instituição de direito privado de caráter beneficente, certificada como de utilidade pública nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Por não visar lucro, toda a verba arrecadada é, necessariamente, revertida para pagamentos dos serviços, melhorias na estrutura, atendimento e ampliação do cuidado.
A Fundação segue as regras do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), que atua na regulamentação direta das entidades do terceiro setor. Para mais informações, clique aqui e saiba tudo sobre a atuação do MPMG em fundações e entidades de interesse pessoal.
Ao longo de sua trajetória, a Fundação cresceu e acrescentou às suas atividades 3 segmentos de atuação que hoje atuam na manutenção da assistência de qualidade e o atendimento humanizado fornecido pelo Hospital: a filantropia em saúde, ensino e pesquisa e patrimônio fundiário.
A filantropia está no DNA da Instituição, refletindo o caráter e princípios de seu fundador de ajudar ao próximo por meio da saúde. O ensino nasceu da necessidade de formar novos médicos para atender às demandas da Ortopedia, à época, mas logo expandiu-se para a formação em outras especialidades médicas, trazendo também a pesquisa. E o patrimônio latifundiário se tornou essencial para preservar a fauna e a flora que rodeiam o Hospital.
Comprometimento, excelência em saúde, na assistência, ensino e pesquisa.
Tereza Guimarães Paes.
Júlia Guimarães Paes, Cláudia Mascarenhas Mourão, Gabriel Ferreira Pentagna Guimarães, Luiz Flávio Pentagna Guimarães, Hudson Lídio de Navarro, Francisco de Assis Figueirdo, Luiz Henrique Souza e Silva
Milton Nassau Ribeiro
Suely Maria Marques de Oliveira, Gideão José Pinto Oliveira, Mário Lúcio Gonçalves de Moura,
Benjamin Ferreira Guimarães nasceu em 17 de dezembro de 1861, na cidade de Santo Antônio de São João Acima, hoje com o nome de Igaratinga. Filho mais velho de Manoel Ferreira Guimarães e Maria Constância Moreira, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 13 anos com o intuito de trabalhar na firma Xavier e Gontijo, cujos proprietários eram os também mineiros Bernardo Xavier Rebelo e Domingos Gontijo.
Naquela época, as responsabilidades de Benjamin se resumiam em varrer o chão, arrumar as mercadorias e atender aos clientes. Mesmo assim, no tempo em que exerceu essa função, mostrou ser um funcionário de confiança e bastante competente. Seus patrões, ao perceberem tais qualidades, fizeram questão de estimulá-lo. Com o passar do tempo, Benjamin tornou-se vendedor.
Após dois anos de trabalho, decidiu voltar para Minas Gerais, mais precisamente para a cidade de Bom Sucesso. Lá, começou a trabalhar como vendedor, no comércio de Joaquim Machado da Silva Neto. A destreza de Benjamin despertou a atenção de seu chefe, que reconhecendo o valor de seu empregado, ofereceu-lhe sociedade. Assim, em 1880, a empresa passou a chamar-se Machado e Guimarães.
Na mesma época, Benjamin conheceu Maria Ambrosina e não demorou muito para que os dois se casassem. A união foi oficializada em 15 de dezembro de 1883. Ao longo do matrimônio, tiveram doze filhos, dos quais três faleceram ainda crianças e nove deram continuidade ao trabalho, à história e à vida deste grande homem. Segundo os familiares de Benjamin e Maria Ambrosina, eles tiveram 65 anos de uma união sólida, feliz e harmoniosa.
Com a sociedade prosperando, Benjamin pôde economizar o bastante para abrir seu próprio negócio. Criou então, a Casa Popular de Bom Sucesso, em 1889, um comércio onde vendia de tudo e alcançou rapidamente sucesso da comunidade.
Benjamin queria apostar em novos caminhos e por isso investiu no setor têxtil. A oportunidade veio quando seu amigo Juca Fonseca o convidou para incorporarem juntos a Companhia Industrial de Valença. A inauguração aconteceu em 1906, na cidade de Valença, situada no estado do Rio de Janeiro. A Companhia era uma grande indústria para a época, equipada com os maquinários mais sofisticados e importados da Inglaterra.
Ali, começava a se consolidar a trajetória de sucesso de Benjamin Ferreira Guimarães. Depois do grande impacto desse empreendimento, outros iriam surgir e entrar para história desse importante industrial. Um dos feitos que demonstra sua visão empreendedora foi inaugurar a navegação fluvial no Brasil, na segunda metade da década de 1920. Com a aquisição do vapor Benjamin Guimarães, que navegava o Rio Mississipi, EUA, foi possível levar os tecidos que produzia em suas fábricas, subindo o Rio São Francisco, saindo de Pirapora (MG), até Juazeiro (BA), e de lá trazer o algodão, matéria prima para suas indústrias.
Desde o começo, ajudar o próximo sempre esteve bastante presente na vida de Benjamin. Ele sempre deixou claro que acumular dinheiro não era o seu fim. Por isso, aos 60 anos, após distribuir metade de sua fortuna entre seus filhos, decidiu cuidar de outros “filhos” espalhados pelo mundo, zelando pelas crianças pobres, cuidando da saúde e da educação delas, o que fez por 26 anos, até a sua morte. Benjamin desenvolveu um sistema justo e seguro para melhor garantir a perenidade das obras sociais que apoiava. Diante das inúmeras solicitações que recebia, ele pedia ao interessado que abrisse uma subscrição pública e garantia cobrir com o dobro o valor arrecadado pela comunidade. Assim, certificava-se de que a obra seria estável, continuando a ser zelada com o apoio e envolvimento da comunidade local.
Portanto, antes mesmo da Fundação Benjamin Guimarães, seu fundador já fazia suas doações a instituições de saúde e de ensino para crianças carentes. Ainda em 1925, ele construiu um orfanato para meninas em Bom Sucesso e, posteriormente, contribuiu financeiramente com a construção de 146 obras sociais, como Santas Casas, orfanatos, escolas e asilos em Minas e em 4 outros Estados.
⦁ A primeira construção, hoje a Unidade Antônio Mourão, recebia até 600 crianças filhas de pais tuberculosos, que ali recebiam todo o amparo possível. As crianças doentes eram encaminhadas para a Unidade Hospitalar Maria Ambrosina, onde 250 delas recebiam o tratamento.
Com o passar do tempo, o Hospital da Baleia especializou-se no atendimento cirúrgico e ortopédico. Na década de 50, passou a ser referência em Ortopedia no país. Gradativamente, nas décadas seguintes, o Hospital ampliou a sua atuação oferecendo várias especialidades médicas.
A instituição foi uma das primeiras de Belo Horizonte a estabelecer parceria com o poder público, em 1987, passando a atender por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), implantado no país no ano seguinte.
Segundo a diretora-presidente da FBG desde 2001, Tereza da Gama Guimarães Paes, (ver supressão) as características que permitiram ao Baleia essa longevidade são a boa reputação, a credibilidade e a capacidade da instituição em atrair bons parceiros para cumprir a missão de proporcionar assistência hospitalar de qualidade e humanizada, incentivar o ensino, a pesquisa e cumprir sua função social e beneficente.
Atualmente, o Complexo Hospitalar é composto pelas Unidades Maria Ambrosina, Baeta Viana, Antônio Mourão Guimarães, Núcleo Médico, antiga Unidade Antônio Chagas Diniz e o Centro de Radioterapia, que completa o tratamento de pacientes oncológicos com equipamentos de ponta. ponta.
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