Cuidados Paliativos: a missão é aliviar o sofrimento

“Não deixe ninguém para trás – Equidade no Acesso aos Cuidados Paliativos” é o tema de uma campanha internacional que tem o objetivo de ampliar o acesso e garantir equidade da assistência a todos que precisam até 2030.
A campanha também visa reforçar a importância dos cuidados paliativos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que apresentam doenças que ameacem a vida e sensibilizar para a necessidade de criação de políticas públicas que ampliem o acesso das pessoas a esses cuidados.

O termo “Cuidados Paliativos” deriva da palavra ‘palium’ do latim manto, sendo que paliar significa aliviar, atenuar, proteger. De acordo com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), paliar alguém é “uma forma de cuidado, tendo como objetivo amenizar a dor e o sofrimento, sejam eles de origem física, psicológica, social ou espiritual”.

O Hospital da Baleia conta com uma equipe multiprofissional formada por sete médicos paliativistas e profissionais das áreas da Psicologia, Nutrição, Assistência Social, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Farmácia e Enfermagem para a prestação desse cuidado ao paciente e seus familiares. Apesar dos Cuidados Paliativos já existirem no Hospital da Baleia há mais de uma década, foi com a chegada da COVID que a Comissão de CP foi estruturada e uma equipe de paliativistas foi contratada. “Nossa equipe de paliativistas atendia, inicialmente, os pacientes da COVID-19, que já tinham doenças crônicas ou fragilidade.
Com a queda no número de pacientes infectados internados no Baleia, ampliamos o trabalho da equipe aos demais pacientes, em especial, os oncológicos”, explicou Dra. Cristiana Savoi, coordenadora dos Cuidados Paliativos da Fundação Benjamin Guimarães/Hospital da Baleia.

Ainda de acordo com a Dra.Cristiana Savoi, esse serviço oferecido pelo Baleia, via SUS, é um grande diferencial. “Menos de 5% dos hospitais gerais no Brasil ofertam os Cuidados Paliativos. Esperamos mudar essa realidade, com políticas públicas de incentivo, e com vontade política. Recentemente, tivemos aprovação da lei estadual 23.938/21, que estabelece diretrizes para cuidados paliativos na saúde pública, mas é importante que haja destinação de recursos para que cada vez mais instituições de saúde ofereçam esse cuidado ao paciente”.

Cuidados Paliativos

Ainda pouco conhecido, o termo Cuidados Paliativos foi bastante ouvido nas últimas semanas com os depoimentos da CPI da COVID. No entanto, as declarações dadas subentendem que os Cuidados Paliativos se restringem a pacientes terminais, quando ‘não há nada mais a ser feito’ pelo paciente.
“O Cuidado Paliativo não é necessariamente para quem está no fim da vida, não deve ser associado a uma morte iminente, muito menos a eutanásia. É exatamente o contrário, é uma forma de valorizar a vida, de oferecer cuidado para atenuar a dor, o sofrimento de quem está vivo. Existem pacientes que se beneficiam dos Cuidados Paliativos por muitos e muitos anos e a família faz parte de todo esse cuidado”, explicou a médica paliativista Dra.Cristiana Savoi.
“Entre a notícia de uma doença grave e a finitude, existe uma terceira via na qual o paciente pode viver com conforto e alívio da dor. É uma readaptação da vida à doença”, explica o Dr. Douglas Crispim, atual presidentes ANCP.

Cristiana ainda destaca o trabalho realizado pela Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital da Baleia, iniciado há 12 anos, coordenado pelo dr. Marcelo Caldas. “Os Cuidados Paliativos protegem o paciente da dor, da falta de ar, das náuseas e o trabalho da Comissão do Baleia é apresentar essa forma de cuidado ao paciente e envolver os familiares neste processo.”

“Há muito por vir e o nosso propósito é contribuir para trazer ainda mais humanidade e acolhimento para todos aqueles que contam com o Hospital da Baleia”.

Hospital da Baleia
O Hospital da Baleia é referência em Minas Gerais no atendimento oncológico adulto e pediátrico. Atende a 88% dos municípios do estado, sendo 95% via Sistema Único de Saúde, o SUS. Além da Oncologia adulta e pediátrica, há outros Centros de Referência, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria, com destaque para o Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare), além de mais de outras 30 especialidades médicas.

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